O portal de Canas de Senhorim

maio 28, 2007

Uma luz ao...

Como é que se respira sem oxigénio?
Quatro investigadoras da Universidade Nova de Lisboa
descodificam estrutura que permite respiração
dos microrganismos anaeróbios.
Duas investigadoras, uma estudante de doutoramente e outra de pós-doutoramento do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa determinaram pela primeira vez em Portugal a estrutura tridimensional de uma proteína ligada à membrana celular.
As investigadores do ITQB identificaram o complexo proteico que permite a respiração dos microrganismos anaeróbios sem recurso ao oxigénio. Chama-se "citocromo c nitrito reductase". A descoberta é um importante passo pois permite compreender como é que existe vida sem oxigénio.
O estudo, que começou em 2000, foi anunciado hoje na edição "on-line" da revista EMBO Journal com um artigo que se intitula "X-ray structure of the membrane-bound cytochrome c quinol dehydrogenase NrfH reveals novel haem coordination".
No estudo participou Inês Cardoso Pereira e Margarida Archer, investigadoras auxiliares, Maria Luísa Rodrigues, investigadora em pós-douturamento, e Tânia F. Oliveira, estudante de doutoramento, todas do ITQB.
Os microrganismos anaeróbios estão presentes em todos os habitats onde o oxigénio não chega, como o intestino humano, e têm que recorrer a outras alternativas para respirar.
A estrutura revelada pelas jovens investigadoras mostra como funciona o complexo membranar "citocromo c nitrito reductase" na cadeia respiratória de bactérias que utilizam o nitrito. Ela desempenha um importante papel no ciclo global do azoto, ao converter o azoto inorgânico numa forma utilizável por outros organismos.
"Foi bastante difícil isolar a proteína e fizemos imensos ensaios. Torna-se difícil porque a técnica usada requer a purificação e cristalização da proteína", explicou ao JPN Inês Cardoso Pereira.
Aplicações práticas
A aplicação prática desta inovadora descoberta passa pela utilização da proteína na descontaminação de solos ou ambientes aquáticos. A este processo chama-se biorremediação que se explica pelo uso de microrganismos ou suas enzimas para degradar compostos poluentes.
"Há problemas nos solos por causa dos lixos radioactivos, como é o caso do urânio. O urânio espalha-se pelos lençóis freáticos e polui o solo. Então usa-se a biorremediação com esta proteína para reduzir o urânio, pois a proteína não é solúvel em água", afirma a investigadora.
Joana Vasconcelos
http://jpn.icicom.up.pt/

1 comentário:

Farpas disse...

A Universidade do Algarve está desde o Verão passado a desenvolver a segunda fase de um projecto que depois de me informar ainda não percebi porque é que a Urgeiriça não foi incluída e o porquê desta falta de interesse pelas novas tecnologias da parte das pessoas responsáveis que o poderiam trazer para cá. O projecto está a ser conduzido por uma amiga minha e baseia-se num novo processo capaz de, simultaneamente, neutralizar a acidez das águas de mina, reduzir o seu teor de sulfatos e eliminar os metais pesados, de modo a obter efluentes com concentrações inferiores aos valores limite de emissão para descarga de águas residuais, ou mesmo inferiores aos valores máximos admissíveis para as águas destinadas a rega, isto através de bactéria redutoras de sulfato. Estas bactérias conseguem reduzir enzimaticamente o U(VI), tóxico e solúvel, a U(IV), facilitando a sua precipitação como uranite (UO2).

Sabendo eu que a equipa de investigação esta aberta a desenvolver estudos no terreno que conduzam à descontaminação de zonas afectadas gostava que alguém com alguma influência tomasse a iniciativa de os contactar. Eu posso fornecer os contactos das pessoas que estão à frente do projecto e até falar com elas. O projecto está registado na FCT com o código POCI/AMB/58512/2004. Seria interessante se a Urgeiriça se associasse a este estudo.