O portal de Canas de Senhorim

dezembro 05, 2007

56 anos de Vida com a Vida ameaçada

novembro 29, 2007

A nossa Padroeira III

Santa Bárbara, virgem e mártir
Celebrada em 04 de Dezembro


A Grande Santa e Mártir Bárbara viveu e sofreu durante o reinado do imperador Maximiano (305-311). Seu pai, um pagão de nome Dióscoro era um homem rico e ilustre da cidade fenícia de Heliópolis; como ele ficou viúvo muito cedo, voltou toda a sua atenção em devoção a sua filha única. Bárbara tinha uma beleza tão extraordinária que seu pai decidiu criá-la afastada dos olhos de estranhos. Para isso ele construiu uma torre, na qual ela vivia, junto de seus tutores pagãos.
Do alto da torre, ela podia vislumbrar a imensidão da criação de Deus: durante o dia, ela via colinas cobertas de florestas, rios que cortavam a terra e campinas cobertas por flores de todas as cores do arco-íris; e, a noite, o impressionante espetáculo da harmonia e majestade dos céus estrelados. Logo a jovem donzela passou a se questionar sobre o Criador de um mundo tão esplêndido e harmonioso. Aos poucos elas foi se convencendo que os ídolos pagão eram criação das mãos humanas, e embora seu pai e tutores a ensinavam a adorá-los, os ídolos não se mostravam sábios ou divinos o suficiente para terem criado o mundo. O desejo de Bárbara de conhecer o Deus Verdadeiro consumia sua alma de tal maneira que ela decidiu devotar toda a as vida a isto, vivendo em castidade.
Mas a fama de sua beleza espalhou-se pela cidade, e surgiram muitos pretendentes à sua mão. E apesar das súplicas de seu pai, ela recusou, dizendo-lhe que sua persistência poderia separá-los para sempre, tendo um final trágico. Dióscoro, então, decidiu que o temperamento de sua filha havia sido afetado por sua vida reclusa – ele, então, permitiu que ela deixasse a torre, concedendo-lhe a liberdade de escolha de seus amigos e conhecidos. Foi assim que a donzela conheceu na cidade jovens cristãos, que lhe revelaram sobre os ensinamentos de Deus, a vida de Nosso Senhor, a Trindade e a Sabedoria Divina. Pela Providência Divina, após um certo tempo, um padre de Alexandria, disfarçado como mercador, chegou a Heliópolis, e posteriormente veio a batizar Bárbara.
Enquanto isso, um luxuoso quarto de banho estava sendo construído na casa de Dióscoro. Segundo suas ordens, os operários deveriam construir duas janelas na parede sul; mas Bárbara, aproveitando-se da ausência de seu pai, pediu-lhes para que fosse feita uma terceira janela, representando a Trindade. Sobre a entrada do quarto de banho Bárbara esculpiu em pedra uma cruz – segundo o hagiógrafo Simeão Metafrastes, certo tempo após a fonte que originalmente abastecia o quarto de banho ter secado, ela voltou a jorrar água com poderes curativos.
Quando Dióscoro retornou, expressando insatisfação com as mudanças em sua obra, sua filha lhe contou sobre seu conhecimento do Deus Triúno, sobre a salvação pelo Filho de Deus e da futilidade de adorar falsos ídolos.
Dióscoro imediatamente foi tomado pela fúria, tomando uma espada para matá-la; a jovem fugiu de seu pai, que partiu em sua perseguição; quando Santa Bárbara chegou a uma colina, nele se abriu uma caverna para escondê-la em seu interior. Após uma busca longa e sem resultados por sua filha, Dióscoro viu dois pastores em uma colina. Um deles lhe mostrou a caverna onde a Santa havia se escondido – quando a encontrou, Dióscoro lhe deu uma surra terrível, para depois mantê-la em cativeiro, em um jejum forçado. Vendo que não conseguia vencer a fé de Santa Bárbara, ele a levou para Marciano, o governador da cidade. Juntos, eles voltaram a surrá-la e chicoteá-la, salgando suas feridas. À noite, a Santa Donzela rezou com fé ao Senhor, e Ele lhe apareceu em pessoa, curando seus ferimentos. Ela, então, sofreu tormentos mais cruéis ainda.
Entre a multidão que se encontrava próximo ao local da tortura, havia uma cristã moradora de Heliópolis, de nome Juliana, e seu coração havia se enchido de compaixão pelo martírio voluntário da bela e ilustre donzela.
Também desejando se sacrificar por Cristo e sua fé, e começou a denunciar os torturadores em voz alta, sendo presa logo em seguida. Ambas a Santas Mártires foram torturadas por muito tempo; após serem flageladas, foram levadas pelas ruas da cidade, em meio à zombaria e escárnio da multidão.
Após a humilhação, as fiéis seguidoras de Cristo, Santas Bárbara e Juliana foram decapitadas. O próprio Dióscoro executou Santa Bárbara. A fúria de Deus não tardou a punir seus torturadores e executores: logo em seguida, Dióscoro e Marciano foram fulminados por raios e relâmpago.
No século VI, as relíquias da Santa Mártir Bárbara foram transladados para Constantinopla. No século XII, a filha do Imperador Bizantino Aleixo Comenes, a princesa Bárbara, após contrair matrimônio com o príncipe russo Miguel Izyaslavich as transladou para Kiev, capital da atual Ucrânia. Hoje suas santas relíquias descansam na Catedral de São Valdomiro em Kiev.
radução e adaptação: Ricardo Williams G. Santos

novembro 20, 2007

A "Urgeiriça" VS GDR Canas de Senhorim

nos...Infantis
[Castela; Filipe; André e Daniel]
####
nos...Iniciados
[Artur Lemos e André Neto]

novembro 16, 2007

À conversa com...António Minhoto


“A nossa luta não é contra o PS. É por direitos iguais”

Os objectivos da vigília dos ex-trabalhadores da ENU foram concretizados?
Foram. Queríamos levar a luta para a rua, divulgá-la junto das populações…

A luta já estava na rua.
Estava na rua, mas não havia o contacto com as populações. Organizámos uma marcha entre a Urgeiriça, Nelas e Viseu, comunicando com a população, dando a conhecer as nossas razões. Durante as 24 horas, 12 delas em Viseu, passaram pela vigília vários quadrantes políticos, sindicais e populares manifestando concordância e apoio.

Curiosamente não tiveram tanta solidariedade da parte do partido que sustenta o governo. O líder da Federação Distrital de Viseu do PS, José Junqueiro, recusou mesmo receber-vos.
Pelo contrário. Nós temos vindo a ter cada vez mais apoio do PS. A concelhia de Nelas está solidária com este processo e a de Viseu, ao contrário do que pretendíamos, porque tencionávamos deixar ficar na caixa do correio o nosso manifesto, recebeu-nos e mostrou-nos solidariedade e estímulo. Passámos até para outra fase, em termos de apoio no PS.

A atitude de José Junqueiro surge em contra-ciclo com a do seu próprio partido?
Isso é um fait-divers interno do PS. Entendemos que não nos devemos meter nisso. O PS tem que olhar para o deputado Miguel Ginestal. Devem ser solidários com ele porque foi um homem com coração, sensível, que esteve no plenário, viu os problemas e afirmou que havia uma dívida do Estado para com os trabalhadores.

Porque diz que é um fait-divers?
Porque não corresponde à solidariedade e às intenções do PS. Em 2005, o PS apresentou um requerimento, na Assembleia da República, subscrito por todos os deputados de Viseu, dizendo para darem o melhor andamento possível às nossas reivindicações.

O PS deve olhar para o que disse o deputado Miguel Ginestal e não para o que disse agora o líder da federação distrital?
Só dizemos que deve ser solidário e que não deixe queimar em lume brando um ânimo que é tão sensível e justo. Por isso, é que ele (Miguel Ginestal) é justo, porque esteve, no dia a dia, com os trabalhadores. O (José) Junqueiro nunca apareceu. Mas eu queria fugir dessa questão, porque a nossa luta não é contra o PS, que tem sido um aliado. O próprio Junqueiro, na nossa presença, marcou uma audiência com o Ministério do Trabalho para discutir o problema. Portanto, não percebemos essa afirmação.

Refere-se ao facto de José Junqueiro ter tido que o senhor “não é uma pessoa politicamente séria” ou ter-se referido a si dizendo que “pretende tirar outras regalias à custa deste processo”?
Essa afirmação foi um acto que não foi pensado. Não a vamos levar a sério. Estar a sério nisto tem a ver com os trabalhadores, que são quem tem que mostrar se aceita ou não a minha liderança. Ela foi-me imposta e vem do último ano em que trabalhei na ENU (1989). Fui o primeiro a ser despedido e os trabalhadores, perante o facto de não haver forças para me manter na empresa, disseram que eu tinha que aceitar a indemnização. A resposta que dei foi que a indemnização seria posta ao serviço desta luta.

Estamos a falar de quanto?
De valores que rondavam os três mil contos. Numa homenagem que me fizeram, com cerca de 200 trabalhadores, ofereceram-me uma lápide a dizer: “obrigada pelos serviços”. Isso nunca se pode esquecer, nem se pode anular. Isto mexe muito comigo e eu nunca poderia abandonar os meus camaradas. Por isso, estive em todos os processos. Incentivei-os, dei orientações, movimentei opiniões dos partidos e eles sabem disso. Os trabalhadores têm beneficiado dessa luta e estão unidos. Esta sumula de reivindicações une toda a gente. É pelos exames, é por aqueles que faleceram e é por aqueles que não têm direito à reforma antecipada. Nunca foi uma luta individualista. Fomos sempre mobilizando e incentivando aqueles que lutavam. Foi pela requalificação ambiental, foi apoiando os trabalhadores que queriam rescindir o contrato mas com os seus direitos assegurados, lancei a actividade de uma associação ambientalista – a AZU – que teve um papel importante na requalificação ambiental. A questão da honestidade política está traduzida nesta luta e no apoio que ela tem.

José Junqueiro revela ignorância?
Não sei… Talvez a pressão política, a vinda do líder (José Sócrates) ao outro dia. Talvez a necessidade de mostrar trabalho o levasse a pronunciar esta afirmação descabida, despropositada e que não corresponde ao apoio que os trabalhadores depositam em mim. A prova evidente foi esta marcha, que levou 100 ex-trabalhadores até Viseu, em situações muito difíceis, ao fim de uma semana de trabalho. Reunir cerca de 100 trabalhadores que estão espalhados pelo país nesta marcha, corresponde a um sentimento de luta, de revolta e de vontade de vencer, como corresponde a uma liderança de pessoas que têm trabalhado e dado o seu melhor.

Porque é que acabou por protagonizar essa luta e pôs a sua indemnização ao serviço dos ex-trabalhadores?
Por tudo aquilo que os mineiros sofreram na pele. Por um sentimento que vem do facto de ver colegas meus, entre os 45 anos, a partir; ver viúvas destroçadas; ver injustiças feitas através do método de tentar dividir para reinar. Uma empresa do Estado tem que ser clara, igual para todos, nos direitos. Uns não podem ser de primeira e outros de segunda. Não podemos aceitar isto quando todos nós contribuímos para a riqueza do país.

“Na Urgeiriça, mora a palavra saudade...”
No blogue “Urgeiriça em peso”, há um texto, com o título “Homenagem ao mineiro”, que contém a frase: “Na Urgeiriça, mora a palavra saudade…”. Saudade de quê?
(Pausa) Olhe. É a saudade dos nossos (pausa) convívios, da nossa família, das dificuldades que passámos, porque essa forma de estar da família mineira era um exemplo, porque com o sacrifício que passavam no dia a dia tinham que ser unidos para tentar levar o seu trabalho avante. Era um trabalho de equipa e foi nessa base que os trabalhadores sempre se juntaram. Esta saudade é no sentido do que vivemos, do tempo que já lá vai, mas que marcou e está marcado nos ex-trabalhadores.

Texto e foto deIsabel Costa Bordalo [Jornal do Centro]

Ex-mineiros querem pagamento da ‘dívida’

Uma vigília, junto ao edifício do Governo Civil, em Viseu, dos ex-trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio, foi o culminar de nova manifestação, exigindo ao Governo que acabe de pagar a "dívida" pelos vários anos em que estiveram expostos à radioactividade.

novembro 13, 2007

Salvem a Casa do Pessoal – Minas da Urgeiriça

Salvem a Casa do Pessoal – Minas da Urgeiriça

Fundada em 3 de Dezembro de 1951, a Casa do Pessoal das Minas da Urgeiriça tinha como objectivo essencial o desenvolvimento físico e intelectual dos seus associados, e ainda hoje, em conformidade e afinidade a este objectivo, procura visar a prossecução de interesses colectivos e comuns dos sócios, das famílias e amigos, de reformados, de trabalhadores e ex – trabalhadores das Minas da Urgeiriça.
Ao longo destes anos deu um forte contributo ao nível social, cultural, desportivo e recreativo à sociedade onde está inserida, criando, promovendo, organizando e participando em diversos projectos e actividades tais como:

- Desporto: grandes prémios nacionais de marcha atlética, campeonatos regionais e nacionais de futebol, andebol, basquetebol, ténis de mesa, pesca desportiva, ginástica rítmica, etc,
- Social: cursos básicos de ensino, cursos de inglês, colónias de férias, jardim escola, fundo de assistência social para doença, parque infantil, cantina, etc;
- Cultural/ Recreativo: Biblioteca e salas de leitura, bar, salas de jogos, sala de espectáculos/ colóquios e exposições; cinema - projecção de filmes semanais em película 35 mm ; teatro / música teatro revista, récitas, rancho infantil , orfeão, escola de música, agrupamento musica, etc;

Actualmente a Casa do Pessoal das Minas da Urgeiriça está em risco de encerrar ou preferível, está em risco de lhe retirarem abruptamente a sede que por unanimidade e analogia óbvia se chama edifício Casa do Pessoal das Minas da Urgeiriça.

Devido à ligação ainda existente entre a Casa do Pessoal e a EDM – Empresa Desenvolvimento Mineiro (que por isso não possui personalidade jurídica própria) não é possível elaborar novos, nem mesmo dar continuidade a estes projectos e actividades, isto porque a EDM não aceita nem propõe soluções justas e fidedignas que permitam à Casa do Pessoal funcionar com autonomia, querendo mesmo retirar o edifício àqueles que com muito trabalho e suor o construíram e o mantiveram vivo.

Esta casa há 56 anos que pertence a toda a comunidade, aos sócios, às famílias e amigos, dos reformados, dos trabalhadores e ex- trabalhadores das Minas da Urgeiriça.

Agradecemos àqueles que já demonstraram o apoio e se apresentaram solidários para com esta justa causa, tais como as associações vizinhas, os ex trabalhadores, os demais anónimos, o poder local constituído pelo Município de Nelas e pela Junta de Freguesia de Canas de Senhorim.
Apelamos ao bom senso, à solidariedade e à ajuda daqueles que se identificam de alguma forma com esta Casa, que não a deixem morrer.
Obrigado.

Nota: Também publicado no MunicípioCannasSenhorym
Nota 2 : Gentilmente enviado via email, por um morador da Urgeiriça a quem agradeço.


novembro 11, 2007

O pagamento da dívida


Uma dívida antiga, depois de muitas promessas e reuniões. Os trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio iniciaram uma vigília de 24 horas para reclamar contas antigas e lembrar a todos as responsabilidades do Estado num processo que se arrasta desde finais de 2004…
Quarenta antigos trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio realizaram ontem uma em vigília, em Viseu, exigindo ao Governo que acabe de lhes pagar a “dívida” por décadas de trabalho em que estiveram expostos à radioactividade. Os ex-trabalhadores saíram pouco depois das 9h00 do portão da sede da Empresa Nacional de Urânio, na Urgeiriça, Canas de Senhorim (Nelas) e, alternando percursos a pé e de autocarro, dirigiram-se para o Governo Civil de Viseu, onde chegaram à hora de almoço. O porta-voz da comissão de antigos trabalhadores, António Minhoto, admitiu que o Governo tem vindo a dar passos positivos – nomeadamente a requalificação ambiental em curso nas minas da Urgeiriça e o programa de intervenção em saúde que arrancou na passada quinta-feira –, mas lembrou que o pagamento da “dívida do Estado” não pode ficar por ai. Segundo António Minhoto, a “dívida” tem vindo a ser “paga aos bochechos”, lembrando que falta ainda alargar a todos trabalhadores o decreto-lei que dá benefícios na idade da reforma e indemnizar os familiares dos cem colegas que alegadamente morreram com doenças cancerígenas, por terem estado expostos à radioactividade.Os ex-trabalhadores tinham dado um prazo ao Governo até ao final de Outubro para responder às suas reivindicações mas, como tal não aconteceu, decidiram avançar para uma jornada de luta. Em frente ao Governo Civil, onde planearam estar em vigília até às 9h00 de hoje, mostraram aos transeuntes a sua indignação perante o que dizem ser o silêncio do Governo com bandeiras negras, faixas e cartazes.Numa faixa negra podia ler-se “Cumpram as vossas promessas. Fomos vítimas da exposição à radioactividade, o Estado português é culpado”. “Não basta o PS/Governo dar-nos razão! Tem que haver uma solução” e “Senhores deputados do PS obriguem o Governo a pagar a dívida do Estado aos ex-trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio “ são outras das inscrições das faixas, que também tinham exibido durante os percursos a pé entre Canas de Senhorim e Nelas e entre a entrada de Viseu e o Governo Civil.Neste último percurso, os antigos trabalhadores fizeram uma paragem na sede distrital do PS, tendo sido recebidos por dirigentes da concelhia que aí se encontravam reunidos. Ao presidente da concelhia socialista, João Paulo Rebelo, António Minhoto entregou uma carta “a apelar ao bom senso do PS” e lembrou que o deputado eleito pelo círculo de Viseu Miguel Ginestal admitiu publicamente em Abril de 2005 “que há uma dívida do Estado aos trabalhadores”. “Não se está a falar da empresa do Gaudêncio não sei das quantas, mas de uma empresa pública”, frisou o porta-voz, apelando a que não obriguem os trabalhadores a apresentar uma queixa em tribunal contra o Estado português “por incúria”, porque nunca foram informados dos riscos que corriam ao trabalhar na Empresa Nacional de Urânio. João Paulo Rebelo comprometeu-se a fazer chegar o documento ao presidente da distrital do PS e também deputado parlamentar José Junqueiro.Num processo que se arrasta há vários anos, e já depois de várias acções de protesto, os trabalhadores conseguiram que, em meados de Dezembro de 2004, pouco tempo antes do fecho definitivo da ENU, o Conselho de Ministros tivesse aprovado o decreto-lei que veio satisfazer os seus desejos. A partir daí, os que tinham deixado a empresa antes da sua entrada em dissolução exigiram também ser abrangidos por esse decreto-lei. “É uma questão de justiça. O Estado não pode ser pai para uns e padrasto para outros”, frisou António Minhoto, alegando que todos estiveram sujeitos à radioactividade e estimando que a medida beneficiaria cerca de três centenas de pessoas. António Minhoto considerou que, quer os benefícios na idade da reforma, que seriam atribuídos progressivamente (porque nem todos os trabalhadores têm a mesma idade), quer as indemnizações aos familiares das vítimas, não teriam um grande peso nos cofres do Estado. E lembrou que estão ainda por vender cerca de 150 toneladas de urânio que, “a dez contos (cinco euros) o quilo pagam à vontade, e ainda cresce dinheiro”, esta dívida aos trabalhadores.
ENUIndemnizações
A Empresa Nacional de Urânio (ENU), uma empresa de capital exclusivamente público, que desde 1977 teve a seu cargo a exploração de urânio nos distritos de Viseu, Coimbra e Guarda, entrou em processo de liquidação em 2001 – quando tinha ainda 44 trabalhadores – e encerrou definitivamente no final de 2004. Desde então que 40 trabalhadores – alguns entretanto tinham-se reformado – que desempenhavam funções no exterior das minas exigiam ser abrangidos por um decreto-lei que os equiparasse aos do interior das galerias, o que possibilitaria terem benefícios em termos de antecipação da idade da reforma, alegando também terem estado expostos à radioactividade do urânio.
O Primeiro de Janeiro

novembro 10, 2007

Luta dos Mineiros


Antigos mineiros fazem vigília no Governo Civil
PS recusa recebê-los, argumentando que o porta-voz dos ex-trabalhadores da ENU da Urgeiriça “não é uma pessoa politicamente séria”.Os antigos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio (ENU ), com sede na Urgeiriça, em Canas de Senhorim, fazem hoje, em Viseu, uma marcha, com várias concentrações, seguida de uma vigília frente ao Governo Civil. Reclamam o cumprimento do que dizem ser “as promessas feitas pelos deputados do PS e pelo gGverno”. Para além dos exames médicos, que começaram esta semana, reclamam igualdade de tratamento na bonificação para a reforma, tal como foi dada aos trabalhadores do fundo de mina. António Minhoto, porta-voz da comissão dos antigos trabalhadores da ENU, diz que é uma questão de justiça, considerando que uma empresa do Estado tem de dar as mesmas regalias e direitos a todos os trabalhadores.“ Uns tiveram reformas antecipadas, equiparados a mineiros, e outros não”, refere. Neste processo de luta responsabilizam o Estado por, ao longo dos anos, não ter garantido a segurança dos trabalhadores que hoje se vêem confrontados com graves problemas de saúde. Sobre os exames médicos que começaram esta semana, no posto médico de Canas de Senhorim e no hospital de Viseu, o porta-voz dos trabalhadores diz que tudo está a ser feito de uma forma “desorganizada e anárquica, uma vez que não foi extensivo a todos os antigos trabalhadores da ENU, espalhados pelo país”. Acrescenta que na lista existente no posto médico de Canas de Senhorim “não estão lá todos os trabalhadores”.Por estas, e principalmente por razões de justiça, não tem dúvidas de que faz todo o sentido realizarem hoje a marcha e vigília em Viseu. Dizem ter a garantia de serem recebidos pelo governador civil, e gostavam que o mesmo acontecesse quando passarem na sede do PS. “Aqui não vão ser recebidos”, garante, todavia, o líder da federação distrital dos socialistas de Viseu.Para José Junqueiro, a manifestação e vigília não faz qualquer sentido, porque “todas as promessas feitas pelo Governo e deputados socialistas estão a ser cumpridas, como se vê com a implementação no terreno do programa de vigilância da saúde”. Sobre as outras reivindicações feitas pelo porta-voz dos trabalhadores, o deputado diz que “não trata com pessoas que pretendem tirar outras regalias à custa deste processo”. José Junqueiro iria mesmo mais longe, acrescentando que “não trata com pessoas que não são politicamente sérias”.
António Figueiredo

novembro 08, 2007

Exames aos mineiros da Urgeiriça



Começaram hoje os exames médicos aos antigos mineiros das minas de urânio da Urgeiriça. Os primeiros cinco ex-trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio (ENU) foram observados esta manhã, no Hospital de Viseu.


José Guedes trabalhou 27 anos nas minas de Urânio da Urgeiriça. O antigo mineiro nunca fez exames específicos para saber se sofria ou não de problemas do foro oncológico. O ex-trabalhador da empresa nacional de Urânio teme que o cansaço e o mal-estar que sente, seja o resultado dos anos passados na mina. Os exames que agora começam a ser feitos são o resultado de uma luta antiga. No Hospital de Viseu, os antigos mineiros são sujeitos a uma autêntica bateria de exames médicos. Cílio Correia, director clínico do Hospital de Viseu disse à SIC que “se houver necessidade de algum encaminhamento porque manifeste algum sinal preocupante, será encaminhado (...) para qualquer uma das especialidades.” O objectivo do programa de intervenção na saúde que agora arranca, é identificar precocemente qualquer alteração no estado de saúde dos antigos operários da ENU. Os resultados dos primeiros exames médicos, deverão ser anunciados até ao final desta semana.
Emanuel Nunes
Jornalista

novembro 05, 2007

Os riscos da exploração do urânio

A reactivação da exploração de urânio tem conhecido nos últimos anos um crescimento acelerado. Só no continente asiático estão previstos 16 novos projectos de mineração e nos EUA 15 (informação do projecto WISE) . O aumento do preço do urânio no mercado internacional, que subiu 10 vezes mais nos últimos 5 anos, impulsionado pela procura de electricidade produzida por centrais nucleares e a expectativa de expansão desta indústria altamente insustentável, tem motivado esta opção.

Em Portugal coloca-se agora a corrida à exploração das 4.100 toneladas de urânio de Nisa, considerada a única zona do país onde esta pode ser economicamente rentável. Nove consórcios já mostraram o seu interesse, estando a Direcção-Geral de Geologia e Energia a elaborar os cadernos de encargos de abertura de um concurso internacional para a atribuição da concessão de exploração, a qual poderá ser conhecida até ao final de 2009.

Tal como no passado, apesar dos avanços tecnológicos e das regulações ambientais, a exploração de urânio pode trazer elevados impactos para a região. Coloca-se o ambiente e a saúde das populações em risco, em nome de um projecto que terá um período de vida útil de 6 a 8 anos e criará pouco emprego. Numa zona deprimida do país, coloca-se em risco as oportunidades de desenvolvimento local sustentável, assente em vectores estratégicos que retiram mais-valias da riqueza natural e patrimonial do território, ao mesmo tempo que preservam o ambiente e potenciam o emprego durável e a qualidade de vida local.

Esta é uma opção estruturante para o território local e a forma de encarar o interior do país. Ou a criação de riqueza fácil que pouco ou nada deixará para os território locais e as suas gentes, gerando problemas ambientais e sociais que ficarão para o Estado resolver num futuro longo em que só a desertificação humana é expectável, ou a aposta em eixos de desenvolvimento que criam dinamismo local geradores de emprego, rejuvenescimento populacional, qualidade no ambiente e paisagem, coesão social.

Vivemos num país em que a exploração de urânio do passado (nas 61 explorações mineiras existentes no país) acarretou um enorme passivo ambiental e impactes negativos na saúde pública das populações, que ainda hoje se manifestam e continuam por resolver. As minas encerradas continuam a ser responsáveis, além de poluição visual, pela presença de poeiras tóxicas na atmosfera e por situações de contaminação de solos, cursos de água e lençóis freáticos.
O acondicionamento dos milhares de toneladas de escórias, resultantes do tratamento do minério, em escombreiras e barragens de estéreis, sem que nada tenha sido feito durante décadas, deixou um pesado legado de degradação do ambiente e nas condições de vida em 18 concelhos do território nacional.

Existem cerca de 7,8 milhões m3 de resíduos, dos quais 3 milhões representam maior perigo de contaminação. As minas da Urgeiriça, no concelho de Nelas, em Viseu, têm as maiores fontes de radioactividade, representando a quase totalidade dos resíduos. O estudo MinUrar - Minas de Urânio e seus Resíduos: Efeitos na Saúde da População, coordenado pelo Observatório Nacional de Saúde, concluiu que a população de Canas de Senhorim, exposta às minas da Urgeiriça, apresenta uma diminuição das funções da tiróide, da capacidade reprodutiva de homens e mulheres e do número de glóbulos vermelhos, brancos e de plaquetas no sangue.

Para resolver os problemas associados às explorações uraníferas abandonadas estima-se que será necessário um investimento na ordem dos 70 milhões de euros.

Pouco ou muito pouco foi ainda feito. E continuam a morrer ex-trabalhadores das minas de urânio sem que as famílias recebam indemnizações; não se realizam estudos nem se faz o acompanhamento médico prolongado das populações que vivem nesses territórios; não existe qualquer compensação aos municípios pela degradação ambiental gerada por actividades económicas supostamente de interesse nacional. E estas mesmas questões mantêm-se actuais se a reactivação das minas de Nisa avançar, pois não há quaisquer garantias por parte do Estado ou dos concessionários que vão explorar o urânio. Pois os efeitos, sobretudo na saúde, da mineração de urânio podem vir a manifestar-se num tempo demasiado longo, mantendo-se para as gerações futuras.

Algumas notas sobre a extracção de urânio:

Mesmo as maiores jazidas contêm menos de 1% de urânio: uma grande quantidade de rocha tem de ser extraída para se obter quantidades úteis de urânio. Grande parte desta rocha é esmagada em partículas muito finas, quase tão radioactivas como o urânio e que se dispersam facilmente pelo ar. Para se extrair o urânio geralmente são utilizadas grandes quantidades de água, ácido sulfúrico e composto ligante sobre estas partículas. Com a maioria do urânio removido (cerca de 90%), as escórias são armazenadas em escombreiras ou barragens. O nível de radiação destes resíduos pode ser 20 a 100 vezes superior aos níveis naturais dos encontrados nas jazidas superficiais, e têm de ser armazenados por centenas a milhares de anos até atingirem um estado estável. As poeiras radioactivas, os materiais tóxicos e o radão gerados ao longo destes processos e presentes nos resíduos podem dispersar-se facilmente, contaminando pessoas e ecossistemas.
Outro processo de extracção do urânio muito comum é através da injecção na água subterrânea de soluções altamente ácidas ou alcalinas. Este é um processo altamente contaminante, tanto dos lençóis freáticos, do solo e da rocha, mas também gerando resíduos altamente radioactivos e tóxicos.

Rita Calvário

outubro 24, 2007

Valinhos...Praia fluvial.


Clique na imagem para ler
gentileza do Município

outubro 23, 2007

Os nossos "infantes".

André..........Filipe............Daniel

A Urgeiriça presente nos infantis do G.D.R. Canas de Senhorim

outubro 17, 2007

Ex-trabalhadores da ENU vão começar a submeter-se a exames médicos.


Os ex-trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU) “vão começar em Novembro a ser convidados a iniciar voluntariamente um programa de saúde”, informou o delegado de Saúde de Nelas, em comunicado.

“Por decisão do ministro da Saúde”, os ex-trabalhadores da extinta ENU, sediada na Urgeiriça, concelho de Nelas, serão submetidos a um programa de saúde voluntário”, revelou, em comunicado, Bernardino Soares, delegado de Saúde de Nelas.

Segundo explicou, o programa “está praticamente em condições de passar ao terreno, ou seja, iniciado, e pressupõe uma colaboração entre o Hospital de Viseu e o Centro de Saúde de Nelas”.
“Será feito, no Hospital de Viseu, um exame inicial a todos os ex-trabalhadores que quiserem submeter-se a ele e as pessoas serão depois encaminhadas de acordo com os problemas de saúde detectados”, adiantou.
Posteriormente, poderá ser feita “a vigilância da saúde das pessoas, que voltarão ao hospital, à especialidade necessária, sempre que o médico de família entender que é preciso”, referiu ainda.

Decisão surge um dia depois de plenário.

A realização de exames médicos é uma reivindicação antiga dos ex-trabalhadores da ENU, tendo estes já levado a cabo várias acções de luta para a verem satisfeita.
Para António Minhoto, dirigente da associação dos antigos trabalhadores da ENU, este anúncio do início de exames de saúde sugere “duas notas”.
Primeira: “sai após um plenário importante dos ex-trabalhadores realizado no domingo [um dia antes do anúncio do delegado de Saúde] e em que foram decididas questões de importância para o futuro da luta dos trabalhadores”.
Segunda: “mais do que ninguém, os interessados em fazer os exames são os trabalhadores e, portanto, entendemos que há um desprezo e um desrespeito pela luta ao termos conhecimento pela Comunicação Social de que se vão realizar”.
Ressalve-se que, no plenário realizado no domingo na Urgeiriça, os ex-trabalhadores da ENU tinham decidido esperar até ao final do mês por uma resposta positiva do Governo às suas reivindicações. Caso tal não acontecesse, novas acções de luta, então calendarizadas, seriam levadas a cabo, nomeadamente “vigílias, marchas a pé junto do Partido Socialista de Viseu, do Governo, da Assembleia da República”.
Recorde-se que, além da realização de exames médicos, os ex-trabalhadores da ENU reivindicam ainda o pagamento de indemnizações às famílias das vítimas mortais e a equiparação a trabalhadores de fundo de mina, que vai permitir benefícios na idade da reforma.
Para António Minhoto, estas outras exigências, estão, aliás, relacionadas com os resultados dos exames médicos. “Se há uma consequência grave que é conhecida através desses exames, obviamente as outras reivindicações também têm que ser contempladas porque têm que ser minimizados todos os efeitos a que os trabalhadores estiveram sujeitos”.

C. C
16-Out-2007

"Notícias de Viseu"

outubro 15, 2007

Os "Uranios"

Um album para recordar e conservar...


outubro 11, 2007

"Terra envenenada"

As minas fecharam em finais da década de 90. Os homens e as mulheres que deram vida à empresa partiram. Ficaram as instalações e os escombros radioactivos que fazem temer pela vida dos que trabalharam e vivem nas antigas aldeias mineiras. Mauro Figueiredo nasceu e cresceu na vila de Canas de Senhorim, paredes meias com a Urgeiriça: uma aldeia que foi construída para albergar os que vinham de fora para trabalhar na extracção do urânio... Em pequeno, Mauro brincava com os canos que transportavam os restos do minério lixiviado e que ia ser depositado na escombreira. Nunca pensou que os locais que ainda hoje fazem parte do seu imaginário de infância, fossem hoje o seu maior problema. Em finais da década de 90, Mauro decidiu comprar o antigo moinho das minas. Adquiriu-o à ENU com ideia de construir a casa de família. Casara há pouco tempo. Na altura tinha já uma filha. Hoje tem duas. Há três anos, e depois de gastar todas as suas poupanças na recuperação do moinho, Mauro descobriu que existiam níveis de radão (um gás radioactivo muito perigoso) na sua casa, várias vezes superiores aos máximos recomendados pela Comunidade Europeia. A explicação para tanta radioactividade terá sido o facto do moinho ter sido construído com escórias de urânio, trazido das jazidas. O caso de Mauro não é único... Na altura em que as minas estavam em plena laboração construíram-se muitas casas e estradas por toda a Beira com restos da exploração do urânio. Requalificar as antigas aldeias mineiras é o que recomenda os Institutos de Tecnologia Nuclear e Ricardo Jorge, num estudo que demorou três anos a realizar e que foi concluído este ano. No documento, o Governo é aconselhado a tratar as milhares de toneladas de escombros radioactivos que estão espalhados pelas 61 antigas minas. Neste momento apenas uma das minas está a ser requalificada. E quem vive nas antigas aldeias mineiras teme que a contaminação continue a ameaçar a vida naquelas paragens, sem que nada se faça.


agosto 16, 2007

Nuno Cardoso diz...


[...]

Participou nas lutas de Canas a concelho?

Já não vivia lá. Mas agora estou preocupado com o

fecho da Casa do Pessoal, onde comecei a ver cinema.

[...]


foto; verdinho*


Leia o artigo completo em;


agosto 06, 2007

A Urgeiriça vista do espaço...

imagem que irá ser passado num futuro recente

julho 24, 2007

Futuras "estrelas" vivem na Urgeiriça.

O futuro do "Desportivo" passa pela Urgeiriça.
fotos: efeneto

...e para o ano há mais "estrelas" na forja...

julho 18, 2007

Urânio…parte III

Entenda o processo de enriquecimento do urânio
O processo de enriquecimento do urânio consiste em aumentar a concentração de isótopos 235 deste mineral. Estes isótopos, cujos núcleos possuem 92 prótons e 143 nêutrons, são os únicos átomos de urânio capazes de realizar a fissão nuclear. Em uma usina nuclear, a fissão fornece calor para o aquecimento da água e produção do vapor que movimenta as turbinas e gera energia elétrica.


O enriquecimento não é uma reacção química, mas acontece por aceleração. Na ultra centrifugação, isso ocorre em uma máquina que gira a 70 mil rotações por minuto.·Neste processo, o urânio é enriquecido de 0,7% para em torno de 3%. Só para comparar, uma bomba atómica utiliza urânio enriquecido a mais de 80%.
Urânio U. Elemento metálico radioactivo pertencente à família dos actinídeos. Z = 92; configuração electrónica: [Rn] 5f3 6d1 7s2; MA = 238,03; d = 19,05 g.cm-3 (20°C); PF = 1132°C; PE = 3818°C. Ocorre como uraninita, um mineral de óxido de urânio (IV) que contém pequenas quantidades de rádio, tório, polônio, chumbo e hélio. Quando a uraninita ocorre de forma massiva, com um certo brilho, é chamada pechblenda, considerado o principal minério de urânio. O elemento é extraído do minério por processo de troca iônica. São encontrados 3 isótopos naturais (238U: 99,28%, 235U: 0,71% e 234U: 0,006%). O 235U sofre fissão nuclear sob acção de neutrões lentos e é usado como combustível em reatores e armas nucleares. Por isso o urânio ganhou enorme importância técnica e política. Ele foi descoberto em 1789 por M. H. Klaproth.

Amostra de pechblenda ou uraninita, o minério de UO2. Apresenta traço escuro, fractura irregular, é frágil e fortemente radioactivo. É o mineral mais importante para obtenção de rádio e urânio.

julho 16, 2007

O S. Pedro na Urgeiriça...

Uma tradição para se manter...

julho 12, 2007

A Urgeiriça...na "Folha do Centro-Nelas"


clicar para aumentar

julho 05, 2007

A Urgeiriça...no "Diário As Beiras..."


02-07-2007
NELAS


Governo continua sem pagar aos ex-mineiros da Urgeiriça

Antigos trabalhadores querem aproveitar a presidência portuguesa da União Europeia para dar mais visibilidade às suas reivindicações. A Empresa Nacional de Urânio (ENU) entrou em processo de liquidação em 2001 e encerrou definitivamente no final de 2004, mas, ainda hoje, seus antigos trabalhadores reclamam ao Governo que “pague a dívida” que tem. “Já andamos nisto há tempo de mais. Queremos mostrar à Europa que o Governo português ainda não pagou a dívida que tem para connosco”, afirmou José Lopes Soares, antigo trabalhador da ENU, minutos antes de entrar num autocarro rumo ao Porto, onde Portugal assumiu ontem a presidência da União Europeia. A exploração de urânio em Portugal esteve a cargo da ENU desde 1977, altura em que sucedeu à Junta de Energia Nuclear.Sediada na Urgeiriça, em Canas de Senhorim (Nelas), a empresa, de capital exclusivamente público, teve minas a funcionar em regiões graníticas dos distritos de Viseu, Guarda, Coimbra e Castelo Branco. Recentemente, o Governo comprometeu-se a realizar exames médicos periódicos aos trabalhadores, mas estes queixam-se de estarem ainda sem resposta às suas outras duas reivindicações: o pagamento de indemnizações às famílias das vítimas mortais e a equiparação a trabalhadores de fundo de mina que permitirá benefícios na idade da reforma. Desde que, numa assembleia-geral realizada em Março de 2001, foi decidida a dissolução e entrada em liquidação da ENU, por não ter viabilidade económica e devido a problemas ambientais, que os protestos dos trabalhadores têm sido constantes. Na altura da entrada em liquidação, trabalhavam ainda na empresa 44 pessoas, das quais apenas três permaneceram até ao seu fecho definitivo. Desde então que 40 trabalhadores (alguns entretanto tinham--se reformado) que desempenhavam funções no exterior das minas exigiam ser abrangidos por um decreto-lei que os equiparasse aos do interior das galerias, o que possibilitaria terem benefícios em termos de antecipação da idade da reforma, alegando também terem estado expostos à radioactividade do urânio. Depois de várias acções de protesto e quase quatro anos depois, os trabalhadores conseguiram que, em meados de Dezembro de 2004 - pouco tempo antes do fecho definitivo da ENU, o Conselho de Ministros tivesse aprovado o decreto-lei que veio satisfazer os seus desejos. O comunicado do Conselho de Ministros explicava que “razões de solidariedade, equidade e de justiça social justificam uma especial protecção dos trabalhadores que laboravam na ENU à data da sua dissolução”. No entanto, os outros trabalhadores que tinham deixado a empresa antes da sua entrada em dissolução - os mesmos que hoje se manifestam no Porto - exigiram também ser abrangidos por este decreto-lei, argumentando que todos sentiram na pele os efeitos da radioactividade.“Não pode haver injustiça da parte do Estado. Tem de haver direitos iguais para todos, porque todos fomos afectados”, reafirmou ontem, à Lusa, António Minhoto, que tem liderado esta luta. A medida beneficiaria mais de três centenas de pessoas, das cerca de 650 que entre 1977 e 1991 (altura em que começaram os despedimentos) trabalharam na ENU.Cada morte de um antigo trabalhador tem servido para exigir ao Governo a realização de exames médicos periódicos e o pagamento de indemnizações às suas famílias, com o argumento de que está provada a relação entre a exposição à radioactividade e as doenças oncológicas. Ainda que não haja um levantamento exaustivo do número de mortos, a estimativa aponta para mais de 60 nos últimos anos. “O meu marido trabalhou cerca de 25 anos no tratamento químico (do urânio) e morreu em 2000, com um tumor no fígado. E agora recebo apenas 152 euros da reforma dele”, lamentou Judite Gouveia, viúva de um antigo trabalhador. A viúva disse à Lusa não ter “quaisquer dúvidas” que “a doença foi apanhada no trabalho”, até porque “quando chegava a casa levava com ele uns cheiros horríveis”, que a levavam mesmo a pedir-lhe que se despisse antes de entrar em casa. Também Maria Adelina dos Anjos, cujo marido faleceu há menos de um ano, se lamenta da magra reforma de “27 contos, que não dá para nada”, depois de o marido ter trabalhado vinte anos no fundo de mina. “Ele morreu de um tumor no pulmão. Tenho a certeza que foi por ter trabalhado nas minhas, até porque nunca fumou. Era de toda a justiça as viúvas receberem uma indemnização, para que não se sentissem tão revoltadas”, afirmou.

http://www.asbeiras.pt/index2.php?area=viseu&numero=45721&ed=03072007

julho 01, 2007

A Urgeiriça ... na "SIC".

Homenagem ao Mineiro

A saudade, como sabem, é uma palavra que apenas existe na língua portuguesa. Na Urgeiriça mora a palavra Saudade...

Os nossos "soldados" partem para a "luta"...

junho 29, 2007

A Urgeiriça...no "Esquerda".

29-Jun-2007
Os riscos da exploração do urânio
A reactivação da exploração de urânio tem conhecido nos últimos anos um crescimento acelerado. Só no continente asiático estão previstos 16 novos projectos de mineração e nos EUA 15 (informação do projecto WISE) . O aumento do preço do urânio no mercado internacional, que subiu 10 vezes mais nos últimos 5 anos, impulsionado pela procura de electricidade produzida por centrais nucleares e a expectativa de expansão desta indústria altamente insustentável, tem motivado esta opção.
Em Portugal coloca-se agora a corrida à exploração das 4.100 toneladas de urânio de Nisa, considerada a única zona do país onde esta pode ser economicamente rentável. Nove consórcios já mostraram o seu interesse, estando a Direcção-Geral de Geologia e Energia a elaborar o cadernos de encargos de abertura de um concurso internacional para a atribuição da concessão de exploração, a qual poderá ser conhecida até ao final de 2009.
Tal como no passado, apesar dos avanços tecnológicos e das regulações ambientais, a exploração de urânio pode trazer elevados impactos para a região. Coloca-se o ambiente e a saúde das populações em risco, em nome de um projecto que terá um período de vida útil de 6 a 8 anos e criará pouco emprego. Numa zona deprimida do país, coloca-se em risco as oportunidades de desenvolvimento local sustentável, assente em vectores estratégicos que retiram mais-valias da riqueza natural e patrimonial do território, ao mesmo tempo que preservam o ambiente e potenciam o emprego durável e a qualidade de vida local.
Esta é uma opção estruturante para o território local e a forma de encarar o interior do país. Ou a criação de riqueza fácil que pouco ou nada deixará para os território locais e as suas gentes, gerando problemas ambientais e sociais que ficarão para o Estado resolver num futuro longo em que só a desertificação humana é expectável, ou a aposta em eixos de desenvolvimento que criam dinamismo local geradores de emprego, rejuvenescimento populacional, qualidade no ambiente e paisagem, coesão social.
Vivemos num país em que a exploração de urânio do passado (nas 61 explorações mineiras existentes no país) acarretou um enorme passivo ambiental e impactes negativos na saúde pública das populações, que ainda hoje se manifestam e continuam por resolver. As minas encerradas continuam a ser responsáveis, além de poluição visual, pela presença de poeiras tóxicas na atmosfera e por situações de contaminação de solos, cursos de água e lençóis freáticos.
O acondicionamento dos milhares de toneladas de escórias, resultantes do tratamento do minério, em escombreiras e barragens de estéreis, sem que nada tenha sido feito durante décadas, deixou um pesado legado de degradação do ambiente e nas condições de vida em 18 concelhos do território nacional.
Existem cerca de 7,8 milhões m3 de resíduos, dos quais 3 milhões representam maior perigo de contaminação. As minas da Urgeiriça, no concelho de Nelas, em Viseu, têm as maiores fontes de radioactividade, representando a quase totalidade dos resíduos. O estudo MinUrar - Minas de Urânio e seus Resíduos: Efeitos na Saúde da População, coordenado pelo Observatório Nacional de Saúde, concluiu que a população de Canas de Senhorim, exposta às minas da Urgeiriça, apresenta uma diminuição das funções da tiróide, da capacidade reprodutiva de homens e mulheres e do número de glóbulos vermelhos, brancos e de plaquetas no sangue.
As explorações uraníferas abandonadas estima-se que será necessário um investimento na ordem dos 70 milhões de euros.
Pouco ou muito pouco foi ainda feito. E continuam a morrer ex-trabalhadores das minas de urânio sem que as famílias recebam indemnizações; não se realizam estudos nem se faz o acompanhamento médico prolongado das populações que vivem nesses territórios; não existe qualquer compensação aos municípios pela degradação ambiental gerada por actividades económicas supostamente de interesse nacional. E estas mesmas questões mantêm-se actuais se a reactivação das minas de Nisa avançar, pois não há quaisquer garantias por parte do Estado ou dos concessionários que vão explorar o urânio. Pois os efeitos, sobretudo na saúde, da mineração de urânio podem vir a manifestar-se num tempo demasiado longo, mantendo-se para as gerações futuras.
Algumas notas sobre a extracção de urânio:
Mesmo as maiores jazidas contêm menos de 1% de urânio: uma grande quantidade de rocha tem de ser extraída para se obter quantidades úteis de urânio. Grande parte desta rocha é esmagada em partículas muito finas, quase tão radioactivas como o urânio e que se dispersam facilmente pelo ar. Para se extrair o urânio geralmente são utilizadas grandes quantidades de água, ácido sulfúrico e composto ligante sobre estas partículas. Com a maioria do urânio removido (cerca de 90%), as escórias são armazenadas em escombreiras ou barragens. O nível de radiação destes resíduos pode ser 20 a 100 vezes superior aos níveis naturais dos encontrados nas jazidas superficiais, e têm de ser armazenados por centenas a milhares de anos até atingirem um estado estável. As poeiras radioactivas, os materiais tóxicos e o radão gerados ao longo destes processos e presentes nos resíduos podem dispersar-se facilmente, contaminando pessoas e ecossistemas.
Outro processo de extracção do urânio muito comum é através da injecção na água subterrânea de soluções altamente ácidas ou alcalinas. Este é um processo altamente contaminante, tanto dos lençóis freáticos, do solo e da rocha, mas também gerando resíduos altamente radioactivos e tóxicos.
Rita Calvário
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=3289&Itemid=46

junho 27, 2007

O nosso Hotel...



O Hotel Urgeiriça, localizado em Canas de Senhorim a cerca de 25 km de Viseu e da Serra da Estrela é, desde há muito, um lugar privilegiado para alguns portugueses. Em pleno coração da Beira Alta, na região Dão Lafões, oferece a qualidade de uma das melhores unidades hoteleiras do país. A sua arquitectura beirã, a fachada de granito e a decoração tipicamente inglesa, tornam o Hotel num local único e extremamente aprazível, onde o conforto e a mística são constantes.
Cada hotel tem vida própria e os seus segredos. A Urgeiriça não escapa à regra. A história é insólita. Em 1930, Charles Harbord, um oficial superior do exército inglês comprou uma grande propriedade e ali mandou construir uma mansão. Passado 5 anos transforma a casa numa instância de repouso e de férias, a que chamou "English Hotel Urgeiriça". O hotel ganha fama e continua a crescer.
Pouco tempo mais tarde, Mrs. Phillys Graham, uma inglesa residente no Porto e cliente habitual do hotel, torna-se sócia de Charles Harbord.
Algumas figuras ilustres ficaram ali hospedadas, como foi o caso da jornalista e escritora francesa Christine Garnier, autora do livro "Férias com Salazar", o Marechal Craveiro Lopes, o Rei Humberto de Itália, Sá Carneiro, Primeiro Ministro Português, o actor João Villaret e o Primeiro Ministro de Inglaterra, Sir Anthony Eden em lua de mel com a sua esposa, Clarisse Eden, sobrinha de Winston Churchil, entre muitas outras.
Situado em plena região dos vinhos do Dão, o Hotel Urgeiriça fica no seguimento do IC12 entre Canas de Senhorim e Nelas, no meio de uma grande quinta com muitas árvores e jardins.

Se vier da zona norte do país pela A1 , entra no A25 (Sentido - Vilar Formoso) até à saída de Viseu centro NELAS, direcção Nelas pela EN 231. Segue pela EN 231 passando por Nelas direcção Coimbra EN 234, Canas de Senhorim. O Hotel fica logo na primeira entrada de Canas de Senhorim.
Se vier do sul pela A1 entra no IP3, km 197, saída nº13 na direcção de Viseu com saída no km 82. Siga pelo IC12, direcção de Carregal do Sal, sentido Guarda - Mangualde, até Canas de Senhorim entrando directamente na EN 234. O Hotel Urgeiriça fica A 2Km da saída do IC12 na EN 234.
Por caminho de ferro, o comboio que faz a ligação entre Lisboa e Paris, saindo na estação de Nelas ou o comboio regional Coimbra - Guarda, o Inter -Regional Lisboa Santa Apolónia - Guarda ou ainda o Alfa Pendular/ Intercidades Lisboa Santa Apolónia - Guarda, todos com saída em Nelas.
A cidade mais próxima é Viseu a 20 km, Coimbra fica a 70km, Lisboa a 270 km e o Porto a 150 km.
Aproveite e conheça este local paradisíaco e pleno de contrastes.
Depoimento.
[...] Apesar de ainda me encontrar de férias, estou de volta a casa e à net. Estes dias fora foram o culminar de um ano desgastante de trabalho, estudos e compromissos. Para onde fui? Serra da Estrela, que é lindíssima nesta altura do ano. Vale a pena lá ir. Onde fiquei? No Hotel Urgeiriça, um hotel belíssimo, com um atendimento e serviços extraordinários e plenos de profissionalismo. Vale a pena lá ficar. O que visitei? Bom o tempo foi pouco para visitar toda a serra e tudo o que lá tem de património natural, cultural, entre outros pontos de interesse. Saliento a Quinta da Lagoa, onde se fabrica o genuíno e certificado queijo da serra, em Canas de Senhorim, em Seia vale a pena visitar o Museu do Pão e o Museu do Brinquedo tanto os adultos como as crianças, pois ambos têm actividades para as crianças e os adultos. Passem pela aldeia medieval em Silgueiros e deliciem-se com a gastronomia do Restaurante Póvoa Dão.
E não se esqueçam de passar pela Casa de Santar e provar o delicioso vinho do Dão, além de que a casa tem uns jardins belíssimos e faz parte do nosso património cultural. Um saltinho à Casa da Ínsua em Penalva do Castelo. Vale a pena visitar. Levem a máquina fotográfica e a vontade de se embrenharem por este Portugal dentro que tanto tem de belo e histórico para nos oferecer. Sejam turistas cá dentro, vale a pena. Claro que também me fez companhia a leitura e destaco dois livros que adorei ler “Amor curiosidade prozac e dúvidas” de Lucía Etxebarría e “Inventar a solidão” de Paul Auster. Não podia faltar na minha bagagem o caderno para a minha escrita, a preguiça e o nada fazer, apenas esvaziar mente e descansar o corpo e deliciar-me com a região que escolhi para estas merecidas férias. Agora…agora estou de volta e prometo andar por aqui com novos posts. [...]

http://pedevento2004.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_08.htmlHotel da Urgeiriça
Als Gast dieses Hauses fühlt man sich wahrlich als Zeitreisender. Die Fassade aus Granit-Stein und die typisch englische Dekoration lassen dieses Haus so einzigartig und mystisch erscheinen. Das ehemalige Herrenhaus wurde vor über 70 Jahren erbaut und vor wenigen Jahren zu einem ansprechenden Hotel umgebaut. Zum Angebot des Hauses zählen der Swimmingpool, die Tennisplätze, das stilvoll eingerichtete Restaurant, die Bar mit Lounge-Atmosphäre sowie Tagungsräumlichkeiten.
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The Hotel Urgeiriça was built by an English man in the year 1930. He came to the region to work in the new Uranium mines found there at the time. Evidently he fell in love with region and decided to stay, so he built a hotel for his fellow Brits. Later in the eighties the hotel was sold. Its present Portuguese owner refurbished it completely and added a third floor. The remodeling was finished in 1995. Today this hotel can be considered one of those well kept secrets, it is somewhat like a chateau in Portugal, but with a well preserved English style. Plenty of ample salons, a wonderful restaurant where lunch or dinner can be enjoyed in a beautiful verandah and bedrooms, each one different one from the other, some with beautiful antique furniture, others with classic English pieces, and almost all, with a terrace to the countryside. Rooms categories are divided between standard and superior and although some standard rooms seam superior, the ones classified as superior, are really like a junior suite (only 10 of them in total). They also have five wonderful villas around the main building, which are fully equipped, (even dishwasher). These villas are really small houses fit for a family to live in! When booking this hotel is advisable to indicate the characteristics of the room desired, if available they will be reserve it for you.
3525-301 Canas de Senhorim - Nelas, Portugal Tel.: (+351) 232 67 12 67 Fax: (+351) 232 67 13 28
e-mail:info@hotelurgeirica.pt ou reservas@hotelurgeirica.pt

junho 25, 2007

Oferta...

Relógio Mineiro

Esta Ampulheta era usada pelos mineiros da Urgeiriça para marcar o tempo dos rastilhos e assim controlarem as explosões nas galerias da mina formada por uma peça de vidro estrangulada ao centro, tendo no interior areia vermelha, para proteger o vidro tem uma armação em madeira. Tem também uma protecção metálica de duplo cilindro com janelaO intervalo de tempo que esta Ampulheta conta é de 90 segundos

Postado Por Horácio Peixoto

http://municipiocds.blogspot.com/

junho 22, 2007

A Urgeiriça presente...



VISITE emarque presença no espaço da URGEIRIÇA

junho 20, 2007

1º Torneio Juvenil de "Boules".

( Clique na Imagem)

junho 19, 2007

(...) onde se fala da Urgeiriça...

(...)Isso é com todas. Entre as mais perigosas são as do carvão. As de Urgeiriça têm o problema de manipularem com material radioactivo - mais concentrado e depois... maiores riscos para a saúde.
Em breve haverá minas na Lua. ;) (...)
(...)os chineses não perdem tempo, querem montar uma base na Lua para exploração de minas. Qualquer dia estouram com o ambiente da Terra, a queimar toneladas e toneladas de carvão... :S Aliás os céus por lá são muito opacos... há dias seguidos sem verem o Sol tal é espessa a camada de poeiras, aerossóis e outros quejandos. :S (...)

Espreite mais opiniões em:
http://groups.google.com.br/groups/search?q=Minas+da+Urgeiri%C3%A7a&qt_s=Pesquisar


efeneto

junho 18, 2007

A urgeiriça...na "RTP online"

Ex-trabalhadores da ENU mantêm intenção protesto início presidência portuguesa UE
Os ex-trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio(ENU) decidiram, em plenário, manter o protesto agendado para o local onde vai ter lugar a cerimónia oficial do arranque da presidência portuguesa da União Europeia(UE).
Foi com um minuto de silêncio "pelos companheiros mortos" que mais de uma centena de ex-trabalhadores da ENU iniciaram o plenário, em Canas de Senhorim, Nelas, em que reafirmaram a decisão de "dar continuidade à luta" dos ex-mineiros, reivindicando direitos sociais e legais.
Para isso, foi já constituída uma comissão para organizar uma viagem a Lisboa ou ao Porto, "porque ainda não se sabe onde vai decorrer a cerimónia oficial", com o objectivo de mostrar à Europa "como Lisboa trata os homens que muito deram ao país", no dia em que Portugal assumir a presidência da UE, a 01 de Julho.
Das três grandes reivindicações, o Governo, através do Ministério da Saúde, já "cedeu" na questão dos exames periódicos, mas os ex-trabalhadores das minas de urânio não estão satisfeitos e exigem ainda indemnizações para os familiares dos "companheiros mortos" e a equiparação a mineiros(que ainda não conseguiram) para efeitos de reforma.
No plenário de hoje, que teve lugar na Urgeiriça (Canas de Senhorim), onde a ENU tinha a sua sede nacional, os ex-mineiros contaram com a presença dos deputados Bruno Dias (PCP) e Alda Macedo (Bloco de Esquerda).
António Minhoto, dirigente da associação de trabalhadores, que lidera a "luta", explicou à Lusa que "a cedência do Governo" em matéria de saúde "foi devidamente apreciada", mas garantiu que "está muito em causa para que isso só chegue para parar por aqui".
Esta é uma "luta" que já vem de 2001, quando a ENU encerrou definitivamente as portas, colocando no desemprego os últimos 40 trabalhadores que ainda ali permaneciam.
Entre 2001 e os dias de hoje, a associação exige que as centenas de trabalhadores que já tinham saído antes fossem "contemplados" com o mesmo tratamento, isto é, o acesso directo dos últimos 40 ao estatuto de mineiros para efeitos de reforma.
A outra questão, cujos contornos legais implicam maiores dificuldades, tem a ver com a indemnização aos familiares de mineiros mortos, grande parte destes com doenças oncológicas.
É que, como explicou a deputada do Bloco de Esquerda no plenário, não existem instrumentos jurídicos que permitam ao Estado proceder a esses pagamentos.
No entanto, Alda Macedo deixou em Canas de Senhorim o compromisso de "estudar do ponto de vista jurídico" as possibilidades que permitam ao Estado avançar com as indemnizações.
Em causa está, sublinhou, a figura de indemnização de pessoas que deram, ao longo da sua vida, "por vezes a própria vida", muito ao Estado e que agora exigem ser compensadas por isso e pelas "muitas injustiças" a que estiveram sujeitos.
Condição que Bruno Dias apoia, mas adverte que o Governo poderá ultrapassar esta questão através de um decreto-lei sem ser necessário criar uma lei no âmbito da Assembleia da República.
O deputado comunista considerou mesmo "uma falta de vergonha" do Estado em não permitir aos ex-trabalhadores da ENU o direito a um "envelhecimento tranquilo" ao impedir, até agora, a equiparação a mineiros para efeitos de reforma.
Com o dedo apontado aos responsáveis da ENU(empresa estatal) no passado, os ex-trabalhadores recordam que nunca foram informados dos riscos que corriam ao tratar de urânio.
Um dos exemplos da "irresponsabilidade" veio da eleita do Bloco, que lembrou ter ouvido em Canas de Senhorim contar que os trabalhadores levavam para casa pedras de urânio, "porque tinham cores bonitas", para servirem como ornamento das suas salas.
O dirigente da associação de trabalhadores, António Minhoto, deu início ao plenário de hoje recordando que, desde a última concentração, a 01 de Maio passado, "mais dois companheiros morreram" sem verem "a aplicação da justiça para as suas causas".
E afirmou que se o Governo agora reconhece que os antigos mineiros têm direito aos exames médicos, então "também está a admitir que as indemnizações são uma obrigação" porque dezenas de famílias "ficaram em grandes dificuldades" após a morte de muitos dos que passaram "grande parte da vida no fundo da mina" de urânio.
(© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2007-06-17 21:05:01)

junho 14, 2007

FAÇA A SUA ESCOLHA

URÂNIO NÃO...OBRIGADO

junho 12, 2007

Convocatória


A Urgeiriça...no "Diário Regional de Viseu".

Terça-feira, 12 de Junho 2007
Governo aprova programa de saúde para ex-trabalhadores da ENU

Os ex-trabalhadores da ENU (antiga empresa de exploração de urânio localizada na Urgeiriça - Canas de Senhorim) vão ter "vigilância e apoio à saúde" num programa que o Ministério vai desenvolver até 2010.
O "Programa de Intervenção em Saúde" já teve o aval do ministro Correia de Campos, que hoje está em Viseu (ver caixa). Segundo o documento, a que o nosso Jornal teve acesso, o programa foi criado para que sejam "minimizados os possíveis efeitos da comprovada contaminação ambiental, com vista à identificação dos ex-mineiros, à sua vigilância e apoio à saúde, em condições de periocidade assegurada".
De acordo com as fases do programa, ainda durante este ano serão realizados os exames médicos a todos os ex-trabalhadores.
O passo seguinte envolverá a compilação da informação numa base de dados de forma a "consolidar o conhecimento sobre este grupo populacional" e referenciar os ex-trabalhadores para os respectivos médicos assistentes ou especialidades necessárias. Até 2010, o Programa prevê também uma vigilância periódica, assim como a elaboração de um relatório final sobre a sua implementação.
Fonte do Ministério adiantou ao nosso Jornal que o Programa justifica-se com o estudo técnico-científico MinUrar que indica que os ex-trabalhadores "têm um risco acrescido para a saúde por terem sido submetidos a uma maior exposição a materiais radioactivos". "Actualmente, 16 anos volvidos após o encerramento das minas, sem serviços de saúde ocupacional, os ex-mineiros sentem-se preocupados, dada a cada vez maior consciência dos riscos que a sua profissão possa ter implicado", adianta fonte ministerial.
MinUrar
O projecto MinUrar, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge em colaboração com outras entidades, teve como objectivo estudar as minas de urânio e os seus efeitos na saúde, recorrendo a três grupos de freguesias: a de Canas, onde se situa a mina da Urgeiriça e se efectuava o tratamento químico de minério, outras com minas mas sem secção de tratamento e ainda em outras sem actividade mineira.
Segundo o relatório, em média, os habitantes de Canas de Senhorim têm concentrações de polónio semelhantes aos das outras freguesias onde houve actividade mineira, "sendo ambas significativamente mais elevadas" que as registadas no terceiro grupo. Já as concentrações de chumbo indicam que os habitantes de Canas de Senhorim têm "uma taxa de ingestão actual deste radionuclido, provavelmente através da água de consumo", mais elevada do que os outros dois grupos.
Ex-trabalhadores
Os ex-trabalhadores, face às conclusões, têm vindo a exigir uma intervenção rápida por parte do Governo. A realização de exames médicos periódicos, a obtenção de benefícios na idade da reforma e o pagamento de indemnizações às famílias dos colegas que morreram são algumas das reivindicações.
Ontem, António Minhoto, porta-voz dos ex-mineiros, adiantou ao nosso Jornal que a aprovação do Programa é "um sinal de abertura às nossas reivindicações", mas deixou claro de que "não vamos baixar os braços às outras exigências".
Por isso, António Minhoto lembrou que para domingo está marcado um plenário onde vão ser discutidas as formas de luta prometidas, entre elas a presença no dia 1 de Julho em Lisboa aquando da tomada de posse da Presidência Europeia por parte de Portugal.

junho 09, 2007

"Vamos á casa do pessoal!?!..." A HISTÓRIA.

A Casa do Pessoal das Minas da Urgeiriça, fundada a 3 de Dezembro de 1951 pela então Companhia Portuguesa de Radium Lda, sendo o grande o grande impulsionador da sua fundação o Sr. Engenheiro James Ramsay, tem como objectivo estatuário o desenvolvimento físico intelectual dos seus associados, que eram todos os trabalhadores da CPR, criando-lhe condições de bem estar e recreação nas áreas Culturais, Sociais, Desportivas e Recreativas.


Cultural
Desde a sua fundação, os sócios dispõem de uma Biblioteca com obras e discos dos mais variados géneros. Funcionou um curso de formação social, na escola primaria para todos os trabalhadores que não sabiam ler e na década de 70 um curso de Inglês.


Cinema
De 1951 a 1992, foram exibidos filmes semanais, de qualidade, em película de 35mm.


Social
Durante vários anos, a Direcção tinha um fundo de assistência social que era concedido por doenças aos trabalhadores e familiares de empregados e operários, devidamente justificados. Apoiava os filhos dos trabalhadores, proporcionando durante 15 dias por ano, férias na Colónia Bissaya Barreto, na Figueira da Foz.
Foi responsável pelo funcionamento do Parque infantil que, com o apoio de uma auxiliar, mantinha o parque aberto das 9 ás 12h 2 das 14 ás 19h, sendo fornecido ao lanche um copo de banacau com quatro bolachas, duas torradas e duas de água e sal a todas as crianças. Durante alguns anos, a Casa do Pessoal teve a seu cargo a exploração da Cantina que servia os associados, de vários géneros de venda a retalho.


Teatro
O grupo de teatro desde 1952 tem levado á cena, no dia 3 de Dezembro, um espectáculo que inclui peças de teatro, récitas, música e teatro de revista. Participou nos ciclos de Teatro do Inatel.


Música
Funcionou uma escola de música; um rancho infantil com várias actuações, uma delas em Lisboa no Laboratório de Energia Nuclear; orfeão dirigido pelo Padre Domingos e um grupo musical “Urânios de Portugal” com muitas actuações.


Desporto
Participou vários anos no campeonato da FNAT depois do 25 de Abril no INATEL, onde foi campeão distrital, disputando várias fases finais a nível Nacional, nas modalidades de Futebol de 11, Andebol, Voleibol, Basquetebol, Ténis de Mesa, Pesca Desportiva e Atletismo (corrida e marcha).
Durante alguns anos com apoio de professores funcionaram classes de ginástica, de manutenção e rítmica.
Desde 1976 a 1991, a Casa de Pessoal organizou o seu grande prémio de marcha atlética que, além de ter sido pioneiro enquanto certame exclusivo de marcha, foi um estímulo para o aparecimento de outras organizações semelhantes em diferentes regiões de Portugal. Foi ao entusiasmo do nosso atleta Carlos Albano, que viria a fazer dele o motos do núcleo de praticantes e a torná-lo figura destacada da modalidade no nosso país, tendo sido membro da selecção nacional até finais da década de 80.


Recreativo
A Casa de Pessoal tem, como seu patrono S. Pedro, tendo na década 50/60 e parte de 70, realizado grandes festejos populares no parque infantil (ainda com frondosos pinheiros).
Realizou também matinés dançantes, com os “Urânios de Portugal” e bailes, sendo mais concorrido o baile de Santa Bárbara, no dia 4 de Dezembro.



"jogos"
São proporcionadas condições para a ocupação de tempos livres na prática de jogos de salão (damas, xadrez e sueca) e na leitura de jornais diários.



Bar
Tudo isto só foi possível devido às subversões da empresa (CPR, JEN e ENU) e à quotização dos seus associados e empenhamento dos mesmos, que tornou possível que se fizesse o campo de futebol, parque de jogos e ampliação da cave, sala de biblioteca, sala de leitura, sala de televisão e bar.

Antes
Actual
photos: André Neto
Vera Lúcia
pesquisa: efeneto