Ex-trabalhadores da ENU vão começar a submeter-se a exames médicos.
Os ex-trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU) “vão começar em Novembro a ser convidados a iniciar voluntariamente um programa de saúde”, informou o delegado de Saúde de Nelas, em comunicado.
“Por decisão do ministro da Saúde”, os ex-trabalhadores da extinta ENU, sediada na Urgeiriça, concelho de Nelas, serão submetidos a um programa de saúde voluntário”, revelou, em comunicado, Bernardino Soares, delegado de Saúde de Nelas.
Segundo explicou, o programa “está praticamente em condições de passar ao terreno, ou seja, iniciado, e pressupõe uma colaboração entre o Hospital de Viseu e o Centro de Saúde de Nelas”.
“Será feito, no Hospital de Viseu, um exame inicial a todos os ex-trabalhadores que quiserem submeter-se a ele e as pessoas serão depois encaminhadas de acordo com os problemas de saúde detectados”, adiantou.
Posteriormente, poderá ser feita “a vigilância da saúde das pessoas, que voltarão ao hospital, à especialidade necessária, sempre que o médico de família entender que é preciso”, referiu ainda.
Decisão surge um dia depois de plenário.
A realização de exames médicos é uma reivindicação antiga dos ex-trabalhadores da ENU, tendo estes já levado a cabo várias acções de luta para a verem satisfeita.
Para António Minhoto, dirigente da associação dos antigos trabalhadores da ENU, este anúncio do início de exames de saúde sugere “duas notas”.
Primeira: “sai após um plenário importante dos ex-trabalhadores realizado no domingo [um dia antes do anúncio do delegado de Saúde] e em que foram decididas questões de importância para o futuro da luta dos trabalhadores”.
Segunda: “mais do que ninguém, os interessados em fazer os exames são os trabalhadores e, portanto, entendemos que há um desprezo e um desrespeito pela luta ao termos conhecimento pela Comunicação Social de que se vão realizar”.
Ressalve-se que, no plenário realizado no domingo na Urgeiriça, os ex-trabalhadores da ENU tinham decidido esperar até ao final do mês por uma resposta positiva do Governo às suas reivindicações. Caso tal não acontecesse, novas acções de luta, então calendarizadas, seriam levadas a cabo, nomeadamente “vigílias, marchas a pé junto do Partido Socialista de Viseu, do Governo, da Assembleia da República”.
Recorde-se que, além da realização de exames médicos, os ex-trabalhadores da ENU reivindicam ainda o pagamento de indemnizações às famílias das vítimas mortais e a equiparação a trabalhadores de fundo de mina, que vai permitir benefícios na idade da reforma.
Para António Minhoto, estas outras exigências, estão, aliás, relacionadas com os resultados dos exames médicos. “Se há uma consequência grave que é conhecida através desses exames, obviamente as outras reivindicações também têm que ser contempladas porque têm que ser minimizados todos os efeitos a que os trabalhadores estiveram sujeitos”.
C. C
16-Out-2007
"Notícias de Viseu"
outubro 17, 2007
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