O portal de Canas de Senhorim

outubro 24, 2007

Valinhos...Praia fluvial.


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gentileza do Município

outubro 23, 2007

Os nossos "infantes".

André..........Filipe............Daniel

A Urgeiriça presente nos infantis do G.D.R. Canas de Senhorim

outubro 17, 2007

Ex-trabalhadores da ENU vão começar a submeter-se a exames médicos.


Os ex-trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU) “vão começar em Novembro a ser convidados a iniciar voluntariamente um programa de saúde”, informou o delegado de Saúde de Nelas, em comunicado.

“Por decisão do ministro da Saúde”, os ex-trabalhadores da extinta ENU, sediada na Urgeiriça, concelho de Nelas, serão submetidos a um programa de saúde voluntário”, revelou, em comunicado, Bernardino Soares, delegado de Saúde de Nelas.

Segundo explicou, o programa “está praticamente em condições de passar ao terreno, ou seja, iniciado, e pressupõe uma colaboração entre o Hospital de Viseu e o Centro de Saúde de Nelas”.
“Será feito, no Hospital de Viseu, um exame inicial a todos os ex-trabalhadores que quiserem submeter-se a ele e as pessoas serão depois encaminhadas de acordo com os problemas de saúde detectados”, adiantou.
Posteriormente, poderá ser feita “a vigilância da saúde das pessoas, que voltarão ao hospital, à especialidade necessária, sempre que o médico de família entender que é preciso”, referiu ainda.

Decisão surge um dia depois de plenário.

A realização de exames médicos é uma reivindicação antiga dos ex-trabalhadores da ENU, tendo estes já levado a cabo várias acções de luta para a verem satisfeita.
Para António Minhoto, dirigente da associação dos antigos trabalhadores da ENU, este anúncio do início de exames de saúde sugere “duas notas”.
Primeira: “sai após um plenário importante dos ex-trabalhadores realizado no domingo [um dia antes do anúncio do delegado de Saúde] e em que foram decididas questões de importância para o futuro da luta dos trabalhadores”.
Segunda: “mais do que ninguém, os interessados em fazer os exames são os trabalhadores e, portanto, entendemos que há um desprezo e um desrespeito pela luta ao termos conhecimento pela Comunicação Social de que se vão realizar”.
Ressalve-se que, no plenário realizado no domingo na Urgeiriça, os ex-trabalhadores da ENU tinham decidido esperar até ao final do mês por uma resposta positiva do Governo às suas reivindicações. Caso tal não acontecesse, novas acções de luta, então calendarizadas, seriam levadas a cabo, nomeadamente “vigílias, marchas a pé junto do Partido Socialista de Viseu, do Governo, da Assembleia da República”.
Recorde-se que, além da realização de exames médicos, os ex-trabalhadores da ENU reivindicam ainda o pagamento de indemnizações às famílias das vítimas mortais e a equiparação a trabalhadores de fundo de mina, que vai permitir benefícios na idade da reforma.
Para António Minhoto, estas outras exigências, estão, aliás, relacionadas com os resultados dos exames médicos. “Se há uma consequência grave que é conhecida através desses exames, obviamente as outras reivindicações também têm que ser contempladas porque têm que ser minimizados todos os efeitos a que os trabalhadores estiveram sujeitos”.

C. C
16-Out-2007

"Notícias de Viseu"

outubro 15, 2007

Os "Uranios"

Um album para recordar e conservar...


outubro 11, 2007

"Terra envenenada"

As minas fecharam em finais da década de 90. Os homens e as mulheres que deram vida à empresa partiram. Ficaram as instalações e os escombros radioactivos que fazem temer pela vida dos que trabalharam e vivem nas antigas aldeias mineiras. Mauro Figueiredo nasceu e cresceu na vila de Canas de Senhorim, paredes meias com a Urgeiriça: uma aldeia que foi construída para albergar os que vinham de fora para trabalhar na extracção do urânio... Em pequeno, Mauro brincava com os canos que transportavam os restos do minério lixiviado e que ia ser depositado na escombreira. Nunca pensou que os locais que ainda hoje fazem parte do seu imaginário de infância, fossem hoje o seu maior problema. Em finais da década de 90, Mauro decidiu comprar o antigo moinho das minas. Adquiriu-o à ENU com ideia de construir a casa de família. Casara há pouco tempo. Na altura tinha já uma filha. Hoje tem duas. Há três anos, e depois de gastar todas as suas poupanças na recuperação do moinho, Mauro descobriu que existiam níveis de radão (um gás radioactivo muito perigoso) na sua casa, várias vezes superiores aos máximos recomendados pela Comunidade Europeia. A explicação para tanta radioactividade terá sido o facto do moinho ter sido construído com escórias de urânio, trazido das jazidas. O caso de Mauro não é único... Na altura em que as minas estavam em plena laboração construíram-se muitas casas e estradas por toda a Beira com restos da exploração do urânio. Requalificar as antigas aldeias mineiras é o que recomenda os Institutos de Tecnologia Nuclear e Ricardo Jorge, num estudo que demorou três anos a realizar e que foi concluído este ano. No documento, o Governo é aconselhado a tratar as milhares de toneladas de escombros radioactivos que estão espalhados pelas 61 antigas minas. Neste momento apenas uma das minas está a ser requalificada. E quem vive nas antigas aldeias mineiras teme que a contaminação continue a ameaçar a vida naquelas paragens, sem que nada se faça.