O portal de Canas de Senhorim

fevereiro 26, 2008

Ilídio Pinto Leandro, bispo de Viseu

Bispo de Viseu solidariza-se com ex-trabalhadores da ENUDesde quando se começou a falar no encerramento da Empresa Nacional de Urânio, com sede na Urgeiriça, Canas de Senhorim, iniciaram-se as formas de despedimento do pessoal que, ali e durante mais ou menos anos, sem reivindicar condições de segurança ou de privilégio, cumpriram os objectivos que a Empresa Nacional foi apontando e exigindo.
Confrontados com o fecho, foram-se informando sobre o seu futuro e, uns primeiro, outros depois, foram tomando contacto com a solução apontada – para todos, a certeza de que eram despedidos. A partir daqui – e por ser Empresa Nacional acresce nas obrigações e por ser de grande risco acresce na largueza e celeridade da justiça – surge a necessidade de minorar as perdas e de acautelar o futuro dos trabalhadores e das suas famílias, respeitando os seus direitos.
Porque há leis e vão-se fazendo de acordo com as necessidades e circunstâncias concretas, surgem interpretações e promessas, avanços e recuos, de acordo com a situação e a oposição, de acordo com conveniências e oportunidades… Poucas vezes, de acordo com os direitos das pessoas, com a aplicação da justiça e, muito menos, com a celeridade que ela exige para fazer jus ao que deve defender e promover.
Assim acontece que estes ex-trabalhadores da ENU esperam, desde há mais de 10 anos, pela justiça que a lei lhes atribuiu e, sucessivamente, lhes tem reconhecido. Os representantes dos vários grupos que elaboraram essa lei têm manifestado apoio e compreensão… Porque continuam a esperar justiça, a ter que mendigar a sua aplicação, a ter que reivindicar brevidade e a ter que lamentar-se da sua ausência? Até quando vemos o Estado que somos a adiar a justiça, a protelar o pagamento aos seus credores e a injustiçar aqueles que, com razão, neles confiam e a eles pedem, apenas, o reconhecimento dos seus legítimos direitos?
Fui ali Pároco durante alguns anos. Conheço as pessoas. Sei que clamam por justiça. Coloco-me do seu lado a reivindicá-la.
O Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, solidarizou-se com os antigos trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU), que estava sedeada na Urgeiriça, Canas de Senhorim, colocando-se a seu lado na reivindicação de «justiça» ao Estado.
«Fui ali pároco durante alguns anos. Conheço as pessoas. Sei que clamam por justiça. Coloco-me do seu lado a reivindicá-la», escreve D. Ilídio Leandro numa nota a que a Agência Lusa teve acesso.
A ENU, empresa de capital exclusivamente público que desde 1977 teve a seu cargo a exploração de urânio em Portugal, entrou em processo de liquidação em 2001 e encerrou definitivamente no final de 2004.
A equiparação a trabalhadores de fundo de mina para efeitos de antecipação de idade de reforma, a realização de exames médicos periódicos e o pagamento de indemnizações às famílias daqueles que morreram em consequência da exposição radioactiva têm sido reivindicações feitas pelos antigos trabalhadores da ENU nos últimos anos.
D. Ilídio Leandro lembra que estas pessoas trabalharam na ENU «sem reivindicar condições de segurança ou de privilégio», cumprindo os objectivos da empresa.
Após o despedimento, «surge a necessidade de minorar as perdas e de acautelar o futuro dos trabalhadores e das suas famílias, respeitando os seus direitos», defende o prelado, considerando que, «por ser empresa nacional, acresce nas obrigações e, por ser de grande risco, acresce na largueza e celeridade da justiça».
Lamentou que nestes anos tenha havido «interpretações (das leis) e promessas, avanços e recuos, de acordo com a situação e a oposição, de acordo com conveniências e oportunidades», mas «poucas vezes de acordo com os direitos das pessoas, com a aplicação da justiça e, muito menos, com a celeridade que ela exige para fazer jus ao que deve defender e promover».
«Assim acontece que estes ex-trabalhadores da ENU esperam, desde há mais de 10 anos, pela justiça que a lei lhes atribuiu e, sucessivamente, lhes tem reconhecido», critica D. Ilídio Leandro.
E questiona porque estas pessoas «continuam a esperar justiça, a ter que mendigar a sua aplicação, a ter que reivindicar brevidade e a ter que lamentar-se da sua ausência».
«Até quando vemos o Estado que somos a adiar a justiça, a protelar o pagamento aos seus credores e a injustiçar aqueles que, com razão, neles confiam e a eles pedem, apenas, o reconhecimento dos seus legítimos direitos?», acrescenta.
O porta-voz da comissão de antigos trabalhadores da ENU, António Minhoto, congratulou-se com «este apelo à justiça feito por uma pessoa independente, neutra em termos de interesses».
«Ele é conhecedor da realidade e colocou-se ao lado dos trabalhadores. É de justiça que se trata, porque todos nos empenhámos no interesse comum, que era explorar o urânio para enriquecer Portugal, e todos temos que ter direitos iguais», afirmou à Lusa.
António Minhoto fez votos para que o PS fique sensibilizado por esta mensagem do prelado e viabilize os dois projectos-lei - do BE e do PCP - que dão resposta às suas reivindicações, que são discutidos a 07 de Março na Assembleia da República, onde os antigos trabalhadores e familiares prometem estar «em peso».
«Estamos muito esperançado que dia 07 signifique o ponto final. E esta mensagem do senhor bispo só vem reforçar o nosso ânimo», sublinhou.
O projecto-lei do PCP é mais abrangente, integrando todas as reivindicações dos antigos trabalhadores. O do BE apenas se refere aos benefícios em termos da idade da reforma, propondo uma alteração ao decreto-lei nº28/2005 para alargar o regime ai previsto a todos os ex-trabalhadores da ENU, «independentemente da data da cessação do vínculo profissional».

Compilação efectuada por efeneto
seguindo as publicações efectuadas:
AgenciaEcclesia
DiárioDigital/Lusa

fevereiro 24, 2008

Artigo de Opinião

No pódio das desgraças Realmente a imagem merece todo este destaque, aproveitando o software que se encontra um pouco por todo o lado é possível colocar um dos símbolos das minas da Urgeiriça - no pódio. A diferença é que o que foi outrora um posto de trabalho é agora sinónimo de risco para a saúde pública. É um facto que a ciência e as sociedades mudam, o que outrora era visto com normal poderá ser visto à luz do novo conhecimento científico como um risco. Por exemplo: a radioactividade, para quem não sabe as águas com maior teor radioactivo, se assim lhe posso chamar, eram até sensivelmente ao meio do século passado vistas como águas milagrosas, depois o terror da bomba atómica clarificou os seus perigos. Outro exemplo vem da polémica da co-incineração, onde a questão das dioxinas e dos furanos reflecte o avanço da ciência e da técnica, pois antes era impossível medir estas partículas e por isso impossível de estabelecer uma relação entre emissão e efeitos na saúde pública.
*
Artigo gentilmente cedido por, José do blog Nelas

fevereiro 21, 2008

A "ENU" na A.Republica.


Os antigos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio comprometeram-se, no plenário de dia 17, em Viseu, a deslocarem-se à Assembleia da República, no dia 7 de Março, data em que serão discutidos os projectos-lei do PCP e do BE, que dão solução à sua situação.
Cerca de 50 ex-operários analisaram ambas as propostas, tendo o porta-voz da comissão de antigos trabalhadores da ENU, António Minhoto, afirmado à Lusa, no fim do plenário, que «o projecto-lei do PCP é mais abrangente, integrando todas as reivindicações dos antigos trabalhadores», enquanto o do BE «apenas se refere aos benefícios em termos da idade de reforma».
A empresa pública de extracção de urânio das minas da Urgeiriça, em Canas de Senhorim, Nelas, encerrou definitivamente no fim de 2004. Desde essa data que os trabalhadores lutam pela equiparação das suas profissões à de trabalhadores de fundo de mina, para que pudessem antecipar a idade de reforma, ter direito a exames médicos periódicos e para que as famílias dos trabalhadores falecidos devido à exposição à radioactividade sejam indemnizadas. Além da equiparação e das indemnizações o projecto comunista, que foi o primeiro a ser apresentado, no início de Janeiro, pretende que os ex-trabalhadores sejam submetidos a uma monitorização médica consistente e periódica. Só assim, o Estado poderá deixar de se demitir das suas responsabilidades para com estes trabalhadores, «expostos negligentemente ao trabalho sem protecção devida, numa actividade estratégica altamente rentável para o País», lembra o Grupo Parlamentar do PCP, na sua proposta.O grupo parlamentar do PS não respondeu ao pedido de audiência dos ex-trabalhadores.Caso a AR rejeite os projectos-lei, os trabalhadores avançarão com uma acção judicial contra o Estado.
Avante

fevereiro 19, 2008

Exames Médicos

Mais de 160 trabalhadores
da extinta Empresa Nacional de Urânio
já fizeram exames médicos Mais de 160 antigos trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU) foram até hoje submetidos a consultas e exames médicos no âmbito do programa de intervenção em saúde iniciado em Novembro do ano passado. Estes exames médicos eram há vários anos exigidos ao Governo pelos antigos trabalhadores da ENU - que estava sedeada na Urgeiriça, freguesia de Canas de Senhorim (Nelas) - atendendo aos riscos da radioactividade do urânio e ao facto de muitos colegas terem morrido com doenças cancerígenas.
O delegado de saúde de Nelas, Bernardino Campos, da equipa coordenadora do programa, disse à Agência Lusa que, desde 7 de Novembro, o número de antigos trabalhadores que voluntariamente se propõem a fazer os exames médicos "está constantemente a crescer", situando-se actualmente em mais de 160. Bernardino Campos explicou que "mais de 90 por cento são antigos trabalhadores que vivem no concelho de Nelas", acrescentando que há também alguns dos concelhos de Mangualde, Guarda, Sabugal, Pinhel e Belmonte. "Enviámos para centros de saúde que terão mais interesse no assunto uma carta aos directores e aos médicos de família e um aviso a explicar como funciona o programa para ser afixado num sítio público, mas tem vindo muito pouca gente de lá", contou.
O programa envolve também o Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e o Hospital São Teotónio, de Viseu. Os antigos trabalhadores da ENU são inicialmente atendidos pelo médico de família no centro de saúde, onde respondem a um inquérito sobre o seu historial clínico e profissional, sendo-lhes depois dadas indicações para estarem em determinado dia no hospital de Viseu, para uma consulta de Medicina Interna, que visa fazer uma avaliação clínica com realização de exames complementares de diagnóstico.
"Se os trabalhadores optarem por fazer o inquérito num centro de saúde que não seja de Nelas, este é depois remetido para nós, que centralizamos as marcações em Viseu", explicou Bernardino Campos. O médico frisou que todos os antigos trabalhadores da ENU podem integrar este programa, "independentemente de onde vivam", podendo mesmo ser submetidos aos exames no hospital da sua área, depois de "pedirem instruções ao grupo de trabalho de Nelas ou ao hospital de Viseu".
O porta-voz da comissão de antigos trabalhadores da ENU, António Minhoto, disse à Lusa que a adesão de cerca de metade dos 300 colegas que ainda estarão vivos e em condições de integrar o programa de saúde, demonstra que esta era uma questão fundamental para eles. "Havia uma necessidade urgente destes exames, para que vidas fossem salvas", frisou, lamentando, no entanto, que tenham de ser os trabalhadores a fazer o trabalho de mobilização dos colegas que vivem fora de Nelas.
Na opinião de António Minhoto, "a informação tem estado a passar de uma forma um bocado arcaica", defendendo que deveria ter sido a própria ARSC a, logo de início, distribuir informação por todos os centros de saúde da sua área de intervenção. "Tem sido a comissão de trabalhadores que, junto do delegado de saúde, tem insistido para que sejam enviados os inquéritos e a informação para outros centros de saúde", contou.
António Minhoto lamenta ainda a demora para marcar quer o primeiro atendimento no centro de saúde, quer depois os exames no hospital: "no meu caso, estava a tentar há cerca de dois meses ser atendido no centro de saúde, o que aconteceu a 07 de Fevereiro, e agora só vou ao hospital no dia 28 de Março".
Bernardino Campos rejeitou atrasos, garantindo que o programa "está a funcionar muito bem", sendo habitualmente atendidos no hospital de Viseu vinte antigos trabalhadores por semana, quando inicialmente apenas estavam previstos dez. Acrescentou que o centro de saúde de Nelas "tem sempre inquéritos de mais pessoas do que o hospital consegue receber, para que alguma falha não implique uma quebra do ritmo em Viseu". "Futuramente é que teremos um problema: depois de acabarem os voluntários, como vamos à procura dos outros?", questionou o médico, contando que os contactos já feitos com a Segurança Social e a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) não tiveram êxito, porque "não há dados actualizados".
A ENU, que desde 1977 teve a seu cargo a exploração de urânio em Portugal, com minas a funcionar nos distritos de Viseu, Guarda e Coimbra, chegou a ter 614 trabalhadores. A empresa de capital exclusivamente público entrou em processo de liquidação em 2001, numa altura em que tinha ainda 44 trabalhadores, e encerrou definitivamente no final de 2004, com apenas três.
PublicoPT

Em Cima da Mesa...II

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fevereiro 07, 2008

A Urgeiriça no Carnaval 08


Participação da Urgeiriça no Carnaval de Canas/08

fevereiro 06, 2008

Carnaval Canas/08


Gentilmente cedido por: PomboCorreio