Os antigos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio comprometeram-se, no plenário de dia 17, em Viseu, a deslocarem-se à Assembleia da República, no dia 7 de Março, data em que serão discutidos os projectos-lei do PCP e do BE, que dão solução à sua situação.
Cerca de 50 ex-operários analisaram ambas as propostas, tendo o porta-voz da comissão de antigos trabalhadores da ENU, António Minhoto, afirmado à Lusa, no fim do plenário, que «o projecto-lei do PCP é mais abrangente, integrando todas as reivindicações dos antigos trabalhadores», enquanto o do BE «apenas se refere aos benefícios em termos da idade de reforma».
A empresa pública de extracção de urânio das minas da Urgeiriça, em Canas de Senhorim, Nelas, encerrou definitivamente no fim de 2004. Desde essa data que os trabalhadores lutam pela equiparação das suas profissões à de trabalhadores de fundo de mina, para que pudessem antecipar a idade de reforma, ter direito a exames médicos periódicos e para que as famílias dos trabalhadores falecidos devido à exposição à radioactividade sejam indemnizadas. Além da equiparação e das indemnizações o projecto comunista, que foi o primeiro a ser apresentado, no início de Janeiro, pretende que os ex-trabalhadores sejam submetidos a uma monitorização médica consistente e periódica. Só assim, o Estado poderá deixar de se demitir das suas responsabilidades para com estes trabalhadores, «expostos negligentemente ao trabalho sem protecção devida, numa actividade estratégica altamente rentável para o País», lembra o Grupo Parlamentar do PCP, na sua proposta.O grupo parlamentar do PS não respondeu ao pedido de audiência dos ex-trabalhadores.Caso a AR rejeite os projectos-lei, os trabalhadores avançarão com uma acção judicial contra o Estado.
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