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março 08, 2008

Requalificação da Barragem Velha

ANTES
Urânio: Requalificação da Barragem Velha da Urgeiriça termina este mês - EDM
As obras de recuperação ambiental da Barragem Velha da Urgeiriça, em Canas de Senhorim, no concelho de Nelas, onde foram acumulados resíduos resultantes de décadas de exploração de urânio, vão ser inauguradas este mês.
O anúncio foi hoje feito por Duarte Barros, coordenador da obra da responsabilidade da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), entidade que está incumbida da reabilitação de zonas mineiras degradadas e abandonadas de todo o país, incluindo as 61 de urânio existentes na Região Centro.
Orçadas em perto de seis milhões de euros, as obras de selagem da Barragem Velha ficam assim concluídas cerca de dois anos depois de se terem iniciado, pondo fim a um estigma relativamente àquela zona, que emitia uma radioactividade acima da permitida por lei, chegando a atingir "15 mil choques", explicou.
"Conseguimos amplamente atingir os objectivos, até suplantámos as expectativas mais optimistas que havia", que eram de "1.000/1.500 choques", afirmou Duarte Barros durante uma reunião técnica, acrescentando que, actualmente, a radioactividade da Barragem Velha tem até "valores abaixo das zonas envolventes".
Segundo o responsável, além dos rejeitados que já aí se encontravam, foram ainda transportados para a Barragem Velha mais 140 mil metros cúbicos que estavam na escombreiras (local de acumulação de resíduos) de Santa Bárbara e na zona dos minérios pobres, ambas situadas na envolvente das instalações da sede da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU), na Urgeiriça.
Apesar de esses resíduos "não terem valores tão problemáticos", foi decidido transportá-los para a Barragem Velha, ficando também assim selados.
A recuperação consistiu em colocar em cima dos resíduos radioactivos 60 centímetros de argila, o que levou logo a que "os valores radiométricos baixassem de sobremaneira", mais dois milímetros de tela, seguida de duas camadas de inertes (areia e brita) e mais 50 centímetros de terra vegetal. Foi também criado um complexo sistema de drenagem.
Duarte Barros explicou que dois incidentes ocorridos em 2006, ventos fortes no Verão e chuvas no Inverno - que levantaram poeiras e arrastaram lamas, respectivamente - levaram à alteração do tipo de tela, até porque "nunca houve um espírito economicista" nesta obra.
Pelo mesmo motivo, foi decidido instalar seis estações de captação de radão (gás resultante do urânio) que não estavam previstas, para analisar o seu comportamento desde a camada contaminada até à final.
A Barragem Velha era considerada o principal foco de contaminação da Urgeiriça, tendo, por isso, esta sido a intervenção prioritária.
No entanto, paralelamente, a EDM já avançou com recuperação de outras zonas da Urgeiriça.
Lusa/RTP

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1 comentário:

Anónimo disse...

Tudo certinho dito pelo Engº Barros, mas este senhor esqueceu-se da Av. dos Bombeiros cujo aterro é constituido em 80% por residuos radioactivos, efectuados de mão dada pela camra municipal de nelas e pela Enu e que um duvidoso relatório diz que o aterro tem menor radioactividade que nos terrenos anexos que não têm lixo radioactivo; simplesmente ridiculo e só possível por este País deter um enorme défice de garantia de reclamação, uma vergonha que inevitavelmente ficará ligada à "exemplar" requalificação da E...D...M...