A Ribeira da Pantanha apresenta há vários dias poluição numa extensão de quatro quilómetros, entre a Barragem Velha da Urgeiriça e o Rio Mondego, no concelho de Nelas.
António Minhoto, da AZU, disse que, «de tempos a tempos a Ribeira da Pantanha tem apresentado uma poluição estranha: uma espuma de cor branca, que cheira mal».
Segundo o ambientalista, antigo trabalhador da Empresa Nacional de Urânio (ENU), que tinha minas na Urgeiriça (freguesia de Canas de Senhorim), esta poluição não terá nada a ver com os resíduos deixados pela exploração daquele minério.
«Serão descargas de uma empresa a montante da Barragem Velha da Urgeiriça que não trata os seus resíduos», afirmou, explicando que a poluição resultante da exploração do urânio era diferente, «deixava a água escura, barrenta, porque transportava terras com materiais radioactivos».
António Minhoto contou ter-se apercebido da poluição no fim-de-semana, altura em que apresentou uma queixa à GNR, lamentando que, apenas hoje, «depois de renovada a queixa», elementos da equipa de protecção do ambiente e natureza se tenham deslocado ao local para recolher amostras da água.
«A poluição não pode esperar para o outro dia», defendeu, acrescentando que, além da Ribeira da Pantanha, também o leito do Rio Mondego poderá ficar poluído.
Segundo o ambientalista, estas descargas já tinham originado outras queixas, havendo relatos de «peixes mortos na barragem dos Valinhos por causa da poluição».
O capitão Filipe Soares, comandante do destacamento de Mangualde da GNR, confirmou a existência de poluição na Ribeira da Pantanha, que está a ser averiguada, havendo suspeitas de descargas ilegais.
Explicou que, no sábado à noite, assim que a GNR recebeu a denúncia, elementos do posto de Canas de Senhorim se deslocaram ao local, «mas não conseguiram detectar se havia ou não poluição» porque estava escuro.
«Voltaram no domingo logo de manhã e verificaram que havia espuma. Tentaram averiguar de onde vinha e foram informados por industriais da zona de que a espuma era de um tratamento para águas residuais», acrescentou.
Segundo Filipe Soares, foi accionada a equipa de protecção da natureza e ambiente, que se deslocou ao terreno, onde regressou hoje «porque recebeu nova denúncia».
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“O novo ataque ambiental vem através da Ribeira de Pantanha para o Mondego. Pensamos que deve ser de uma zona de empresas a montante, entre Nelas e a Urgeiriça, e que não tem nada a ver com a ENU [Empresa Nacional de Urânio] ”, afirma António Minhoto.
O ambientalista diz que foi feita queixa à GNR no fim-de-semana, mas que só esta quarta-feira é que a Brigada do Ambiente se deslocou ao local.
A situação foi desmentida pelo Capitão Filipe Soares. O comandante do destacamento da GNR de Mangualde diz que já foi identificada a origem da poluição e acrescenta que a queixa foi feita sábado à noite e que a GNR esteve no local logo no domingo de manhã.
“Foram feitas colheitas de água e estão já identificados os autores das descargas”, adianta o Capitão Filipe Soares.
Compilação: Lusa/Sol/R Renascença
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